30.12.04

QUINTA-FEIRA, 30 DE DEZEMBRO DE 2004

A partir de hoje o Blog tem um novo aspecto.
Apenas vai ficar visível a última intervenção. Assim não têm que dar tanto ao rato para bisbilhotar todos os textos. Quem quiser ver os arquivos, eles estão ordenados cronologicamente no lado esquerdo do vosso ecrã.
Mudando de assunto...
Devido a fortes pressões de que fui alvo nos últimos dias, resolvi, embora a matéria ainda seja pouca, colocar no cyber-espaço a nossa Máiá duma vez por todas. Por isso, mais uma vez, solicita-se a contribuição de todos com histórias, fotos, entrevistas, relatos, etc, etc, etc, sobre a Máiá.
A primeira contribuição foi enviada pelo tio Francisco antes do Natal. Mandou-nos a fotografia da Máiá e dos Tios num camarote dum teatro deste país, do qual não sei (nem me disseram) o nome. Peço que quando enviarem fotografias digam quem está e onde a tiraram, pois assim a informação para os mais novos fica mais completa.
Este foi o e-mail enviado pelo Tio Francisco:
from: Francisco Avillez xicoavillez@netc.pt
Máiá?
Então fiquem a saber que também a Máiá nos "cedeu" a sua colecção de fotografias antigas da família. A tia Catrina trouxe-me um álbum com uma série de fotos a propósito das quais a Máiá lhe pediu que víssemos "se interessavam"...!Aqui fica uma preciosidade (que mais não é do que uma foto inédita de uma outra Preciosidade). Estou a preparar as outras para mostrar na noite de Natal.
Beijos.
Frncscº

Entretanto o Tio Miguel também enviou mais uma contribuição, destacando-se do resto da malta neste assunto. Um bem haja para ti!!

Eis o que me foi enviado desta vez:

Meus queridos:
Querem saber histórias da Maiá? Querem perceber a importância da Maiá nas nossas vidas? Então, deixem-me dar-vos a minha visão, muito pessoal e, se calhar, muito íntima, a esse respeito.

Não, não vos vou contar propriamente uma história, mas antes dizer-vos quando ouço (ou leio) esse nome. Como sabem, quando o Avô Pedro morreu, eu tinha 4 anos, pelo que esse facto não me marcou de forma evidente. Foi "apenas" um facto da minha vida, nessa altura ainda curta. Marcou-me muito mais o facto de, pouco depois, a Avó ter que ir trabalhar.

Essa foi, verdadeiramente, a minha perda. Lembro-me bem que me senti, no momento em que tal nos foi dito, aterrorizado, pois se é verdade que tinha o Tio Francisco ao meu lado - sempre ao meu lado - não era daí que me vinha segurança.

Pois é, já adivinharam, lá estava a Maiá. Foi a ela que recorri, foi a ela que me agarrei, devo dizer que literalmente, "com unhas e dentes". Foi com ela que consegui construir o mundo seguro que precisava, era a ela que recorria quando precisava, inconscientemente, de saber se estava a agir bem ou mal, foi através dela que construí as balizas da minha vida. E isto aconteceu da forma mais natural do mundo - e boa - porque era no quarto dela que eu dormia, porque era com ela que eu fazia birras e apanhava um ou outro açoite - que já na altura não doiam, fisicamente, mas eram sinais claros de autoridade que sempre aceitei - porque era ela que me dava chocolates - Favorita, com riscas azuis e encarnadas, ou Regina - porque foi ela que me deu dinheiro para eu comprar cigarros, com um piscar de olho malandro, porque foi ela que me deu o seu estojo de desenho, que ainda guardo, porque era nas gavetas dela que eu mexia às escondidas, porque foi o perfume dela que me ficou nas entranhas, e que ainda hoje recordo. Esta foi - e é - a importância da Maiá na minha vida.

Não estranhem, mas a verdade é que a Avó Maria, sendo Mãe, teve que desempenhar o papel - para o qual nunca se preparou - de Pai.

Ora, coube então à Maiá, este papel de Mãe, para o qual também nunca se preparou, mas que desempenhou com uma sabedoria própria da mulher, a que se entregou sem condições, sem esperar contrapartidas. A contrapartida que lhe damos é esta mesma! Tratá-la como "mãe", como "avó", como ´"bisavó". Façam isso, que é, decerto, a única coisa que ela quer.
Um enorme beijo a todos.
Miguel.


Maiá e Bão...



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Maiá e Tios...



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