4ª FEIRA, 12 DE JANEIRO DE 2005

Recebi pela primeira vez um e-mail da minha Mãe no dia 12 de Janeiro de 2005. Trata-se de um episódio passado com alguém que era muito amigo da Avó Maria. E dos Tios. Este e-mail tem dedicatória à Maria do Tio João.
E reza assim:

Ora vivam os Avillezes todos que eu vou-me estrear nestas lides!

É um pouco tardio mas o computador esteve em fase terminal durante três semanas e só agora ressuscitou. Isto é mais para a Maria – 3ª do 6º a contar de cima.

Minha querida: os jantares de 5ª feira na Prior do Crato, vistas as coisas agora, tinham um sabor muito sui generis! Era o dia em que o Cinaty aparecia para jantar. Sentava-se à direita da avó comia uma colher de sopa, levantava-se, dava três voltas à mesa da casa de jantar, recitava um verso do A. Oneill outro de sua autoria, mais uma colherada de sopa, «Maria vamos ao cinema» e entretanto nós levantávamo-nos da mesa.

À 5ª feira a pergunta era inevitável:

Sra. D. Maria o Ruivo janta?

Quando eu fui para Inglaterra trabalhar, o Ruy foi-me visitar. Apareceu em casa dos Foster uma noite. Eram sete da tarde toca a campainha da porta e quando abri não queria acreditar! Era o Cinaty! Vinha aos gritos de contente com dois bilhetes de teatro na mão a convidar-me para ir ver o Camelot!

Durante a peça não parou de fazer uns barulhos guturais que era uma espécie de tic que ele tinha quando estava bem disposto e contente. Depois do teatro levou-me a jantar, e quando saímos foi-me levar a casa - era perto - sempre em passo de ballet!

Anos mais tarde, quando fiz 23 anos dei um jantar e claro convidei o Ruy.

Apareceu todo engravatado com um presente que está hoje emoldurado na minha casa de jantar. Uma serigrafia da Maria Keill com uma dedicatória: «para a querida Isabel que pertence à minha selecção».

Beijinhos da TERCEIRA para a 3ª do SEXTO.

Um recado: se tiverem fotografias do Ruy Cinaty mandem-mas, sff.

Obrigado.

Bão.