SEGUNDA - FEIRA, 8 DE MAIO DE 2006

Olá a todos os visitantes do nosso Blog:

Recebi mais um e-mail do Tio João com notícias da Ana.

Diz o seguinte:

6 de Maio de 2006:

Bom, outra coisa que me assustou foi o patatu (não faço ideia se é assim que se escreve, mas não resisti a usar a palavra) da mãe.

É preciso ir para Faro para ter um tratamento de jeito?! E nós, as estúpidas, a pensar que uma mãe a trabalhar num hospital, seria bem tratada!!!!! Eu já estou óptima do paludismo, continuo a tomar as vitaminas e já comprei a rede mosquiteira, faça o favor de passar o recado a quem de interesse.

Eu estou cada vez mais animada com o trabalho, até porque arranca o grupo de teatro do IMN ainda este mês. Vai incluir apenas 20 alunos da escola e por enquanto já fizemos os cartazes para as inscrições e estamos a preparar o teste para as audições, o “casting” (que chique!).

Este vai ser um grupo de teatro informativo: em termos de saúde (tuberculose, HIV-SIDA, sexualidade, moral (a violência, a dignidade da pessoa), educação cívica (direitos e deveres), etc.
Aqui têm mesmo muito jeito para o teatro, vamos lá a ver o que é que isto vai dar.
Entretanto dei teste nas minhas duas turmas do IMN, que significa que agora tenho 110 testes para corrigir – SOCORROOOOO! Bom, hei-de sobreviver. Eles são cómicos porque muitas vezes começam as respostas com “Bem, muito obrigada professora Ana pela oportunidade que me dá de falar sobre…..” É de morrer a rir. No outro dia pu-los a escrever um auto-retrato e um aluno fez o favor de me informar que além de ser de cor achocolatada tem sabor a ananás!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu, que não gosto de gatos, estou a achar a nossa Muiní (sol em kikongo, achámos engraçado pôr-lhe este nome na terra a que o bispo chama “penico do céu”) um máximo.

Para já ainda é mínima e depois é muito “pato”, farta-se de lutar com o seu inimigo mortal: a minha fita métrica! Antes que me esqueça o Pe. Manel agradece a oferta do bordado de castelo branco e pede uma toalha para o altar (2m por 90cm) com uma cruz e outra para o ambão (50 cm por 1,5m). Também pedia se podiam enviar uma máquina de moer café, daquelas moulinex, como temos em casa. A do Pe. Manel está a morrer e nós (sim eu tb) tomamos sempre café em casa dele porque é café de Kimbele. Se pudesse vir com o Pe. Providência era excelente. Em princípio há um amigo nosso que vem de carro para o Uíje nessa altura e poderia trazer as tralhas boas. Eu ando a tentar não pensar todos os dias na grande decisão, mas é difícil.
Nuns dias tenho a certeza de que não renovo e noutros a certeza de ficar mais um ano. A cabeça está num nó. Não tenho tempo para mais, mas já aqui vão umas notícias. Diz à mãe que o Hélder da Elizabete vem de vez em Junho e por isso não deve mandar nada por ninguém.

Vai defender a tese no fim do mês e em Junho já nos (à Elizabete) vem cá visitar.

Tenho muitas saudades vossas.

Ana

Aninhas, nós todos também temos muitas saudades tuas. Assim que tomares uma decisão, avisa-nos, pois caso voltes de vez temos de começar a organizar jantares, romarias, entrevistas e coisas assim...

Bjos.

Bão.